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COLUNA DA ELÔ LEBOURG: Um fim

Texto 95

Passou tão rápido. A ansiedade dos primeiros dias foi superada. Não há mais expectativas, a experiência foi vivida. Hoje, já sei o quanto aprendi com/sobre os meus alunos.

Ao final de cada período, como agora, aqueles rostos já são conhecidos meus. Sei seus nomes e conheço algumas de suas histórias. Pelos semblantes, já consigo perceber se estão bem, cansados, adoecidos... Não sei fazer de outro jeito. Me importo com eles. Me enterneço ao vê-los. Sigo observando-os enquanto fazem alguma atividade e isso sempre me traz uma sensação boa.

Eles farão falta.

Pela primeira vez, em oito anos, deixarei de ser professora. Ainda não me acostumei à ideia. Mais que a falta do emprego, ando incomodada por não ocupar esse meu lugar na docência. Sigo achando meu ofício muito difícil, muito complicado. Ao mesmo tempo, a minha prática faz de mim quem eu sou, me melhora. Foi na Educação que descobri um sentido bonito e potente para canalizar toda a minha energia e meus sonhos de melhorar um pouco o mundo.

Passou mesmo rápido. E foi incrível.

(Eu sou a Elô Lebourg, idealizadora da rede Professores transformadores. Entre tantas coisas, sou graduada em História e mestra em Educação. Sou uma professora transformadora também, dessas que acredita que vai mesmo melhorar o mundo.)