É comum, nos cursos de licenciaturas, estudarmos a importância da relação entre a escola e a família dos estudantes. Na Sociologia da Educação, conhecemos teóricos que pesquisam essas relações, levando em consideração, porém, o papel dos pais e o papel dos professores/escolas. De fato, uma boa relação entre essas duas entidades é necessária para estabelecer pontos cruciais da educação de crianças e jovens.
As escolas realizam reuniões, festividades, eventos que englobam, em sua maioria, as famílias dos discentes, fortalecendo os laços entre ambas. Entretanto, na maioria das vezes, o que deveria ser o protagonista dessa relação não é levado em consideração: o aluno.
Vivemos um tempo em que, de fato, os alunos têm ganhado mais voz nas escolas e salas de aula. Professores têm se preocupado mais com as opiniões e as sugestões dos estudantes e a escola já promove momentos que objetivam o poder de fala deles. Contudo, quando, na relação, os pais participam, a voz dos educandos deixa de estabelecer uma prioridade.
A maioria dos estudantes entende-se como portador das mensagens entre a escola e a família. E, por vezes, ainda podem filtrar as informações escritas de acordo com seus interesses imediatos.
A tomada de decisões importantes que podem alterar a vida acadêmica dos alunos nem sempre leva em consideração o que eles dizem e isso revela uma desvalorização desses sujeitos nas relações em que eles deveriam ter a principal voz.
Entender nossos alunos como sujeitos protagonistas dos processos escolares, incluindo a relação entre família e escola, é necessário para que formemos cidadãos democráticos, conscientes de seus lugares, reflexivos e que se entendam como parte do meio que vivem.
Devemos, como escola, valorizar mais o que cada estudante tem para falar, reconhecendo-os como vozes dignas de serem ouvidas e atendidas.
(Eu sou o Magno Andrade, um jovem professor transformador e fora dos padrões, que acredita que uma educação pública, democrática e de qualidade é direito de todos e fonte para uma mudança social.)
